Uma pergunta não respondida
poéticas do sensível
macro
transformação social
processos da vida
materializações poéticas
crença
conhecimentos
no
e através do corpo
que possamos
nós
juntos
neste momento
vivê-las
Quando criança sabia dar cambalhota. Desaprendi. Não. Algo me deu medo. Foi o dia em que quebrei meu braço. Alguém me empurrou e eu caí. Não me lembro da dor mas eu me lembro do descontrole, do desabalo. Sei que foi esse o momento porque toda vez que inverto a minha cabeça sinto, da boca do estômago e tomando a minha garganta o desamparo de ser criança. Estar exposto, passível de quebrar, fraturar, roer, machucar, à frente um abismo, eu vulnerável, nada que o impeça de me engolir a não ser a sinceridade da entrega. Então acho que o remédio é inverter, inverter, inverter a cabeça, ser tomada por essa emoção quantas vezes for necessário até cauterizar, até que eu possa inverter sem sentir nada. É ao mesmo tempo a covardia de ser adulto, achar que o necessário é ser invulnerável, e a coragem de ser outra coisa - atravessar, atravessar, atravessar até que tenha espaço dentro de mim para o medo e algo mais.
O que você sente quando atravessa um rio? Qual é a sensação que deixa a resolução pacífica?
O lugar que todo mundo conhece e ninguém sabe o nome
tudo que se faz em seu nome é justificado
Dantian ou Tan tien (Dāntián; em Japonês Tanden 丹; em Coreano DanJeon 丹田; em Tailandês Dantian ตันเถียน e em Inglês One-point). É um termo chines e japonês relacionado às práticas de meditação, à medicina tradicional e às artes marciais orientais, como o Tai chi chuan.
Pode ser traduzido literalmente como "campo de cinábrio", que se relaciona aos processos de transmutação dos elementos. Para os taoistas designa uma área dentro do corpo que tem um papel fundamental nas transformações espirituais.
iminência
sentir
verdade
vibração
ressoar
deglutir
devora
explorar
retenção
eco
sintetizar
aprender
relacionar
transformar
o desespero pode invadir a tudo menos o centro, o centro permanece vazio
tinha um interesse antes, que vinha de uma sensação de maravilha - eu posso dançando me construir. Não me importava o que eu ia contruir, era essa descoberta incrível de ser uma continuidade com o mundo, mais que no sentido espiritual, metafísico, social, de ser materialmente contínua com o mundo. Assim, com quais mais materiais eu quero me relacionar? pra quais incômodos estou me abrindo?
Como suavizar?
Como não lutar contra?
Como participar do movimento da vida, interno e externo, sem esforço?
coisas que eu já fiz no mar:
boiar
nadar
lutar com as ondas
brincar
deixar a onda me atravessar
desesperar
sexo
contemplar
conversar
me machucar
hacerse hermano de la vida
COMO FAZER DO CORPO CONTINUIDADE?
CONTAMINAÇÃO
MANTER
SUSTENTAR
RETER
VOZES QUE FALAM
COMIGO
PRA MIM
POR MIM
não tem sentido submeter meu corpo a uma rotina de treinamentos, disciplina, obediência, respirar quando me mandam, consistência, se isso é desprovido de uma conexão comigo mesma
Crânio. Gravidade. Coluna que me leva com desejo e infinitas possibilidades de expansão e movimento. Pés que transformam a direção. Pés donos de um corpo. Me lembro de um corpo que tem muito a dizer. Se guarda silêncio em um dia, no outro precisa falar. Ser dançada, ser levada é uma coisa rara, pouco segundos inconfundíveis pelos quais se trabalha incansavelmente.
o que está presente dentro dessas arvores aí fora?
Como estar sincero e real no exterior sem estar profundamente em conexão consigo mesmo?
Não há fórmulas para ser si mesmo e é a coisa mais fácil que existe
O contraditório é que talvez estar em profunda conexão consigo mesmo seja a melhor forma de abandonar o egocentrismo.
Fogo e ar eu já sou. Que eu seja mais terra e água.
Eu sou ar.
Fogo ainda não sou.
Como chegar ao que eu ainda não sou se eu nem vivi o que está em mim?
A HERANÇA DA PRÓPRIA CARNE
MAS ESSA ESCRITA DEVERIA SER O RESGISTRO DE COISAS MAIORES QUE ESSAS QUE SE PASSAM EM MIM. AO MESMO TEMPO, MEU ÚNICO JEITO DE CHEGAR AO OUTRO É PARTIR DE ONDE PARTO, DO QUE TENHO.
O QUE É ISSO QUE EXISTE DE DOLOROSO NO SE ABRIR, NO BUSCAR O OUTRO?
O MOMENTO DO ENCONTRO É MÁGICO E COMPLETO
a boca e o ânus, portas de entrada e saída
do ponto de vista do alimento a história do intestino é uma odisséia envolvendo uma longa aventura através de uma série de câmaras estranhas, ataques de forças inimigas que usam a guerra química, a formação de novas alianças e relacionamentos, e uma transformação heróica final
QUAL SISTEMA DÁ SUPORTE À RAIVA?
VIAS DE ESTRONDO
fizemos uma prática na qual, em duplas, pressionávamos, até a dor, o ponto entre as falanges medial e distal dos dedos do pé, pela frente ou pelas laterais. Pressionávamos até que a pessoa, por reflexo, retirasse o pé, e ela então deixava tudo aquilo que sobrasse após essa retirada tomar espaço no corpo e depois se aquietar.
Eu senti raiva, e naquele momento isso foi bom. a dor me deu a via perfeita para deixar a raiva me atravessar.
deixar a raiva me atravessar. deixar a raiva me atravessar. deixar a raiva me atravessar.
O QUE É A RAIVA?